Os Louros da Revolução




Sentenciados como tal, numa luta incessante para defender seus rebentos e aquilo qual acredita. Longos dias e manhãs inquietas. Olha o estandarte de seus anseios e vibra com sua pequinesa, diante de um monstruoso monumento da discórdia, qual foi criado com intuito de mudanças, no entanto, crucial e que o oprime. A cegueira impede que vejam o aniquilamento simultâneo dos sonhos, momentos de felicidade e forças dos guerreiros e guerreiras, quais ficariam sem seu pão das manhãs em seu café, ou no final da tarde seus rebentos não teriam aquela satisfação de revê-los ao retornar de sua lida constante, com guloseimas em suas mãos, ou melhor, uma bala ou pirulito comprado num camelô, com a mensagem: "Estou longe durante o dia, mas, adoçarei a sua vida".
Migalhas consideradas para muitos, mas esse pouco que resta e que é visto aos olhos de muitos de maneira insignificante é o que sobrou numa Democracia em ascensão, para unir mães e filhos como também pais e famílias. Ao tocar na sensibilidade e roubarem o pouco que ainda lhe resta, o desespero de mães pais e filhos, soam num gesto de intolerância por não terem o direito de oprimir aquilo que o zelam com tanto carinho.
A sequência de tormenta ao dizer repetidas vezes não às crianças, adolescentes e jovens e, que o custo de vida não permite dizer "sim", permitiu que a insatisfação e a tormenta num grito ensurdecedor formassem através de frases e palavras: 'não, não, vocês não tem o direito de entrar em nossas famílias e destruir o pouco de vínculo que existe entre nós e a confiança que nos mantém unidos, na busca de um mundo melhor para nós e nossa descendência, vocês não podem fazer isso conosco'.   
O brado iniciou em local remoto, onde a mãe sentiu que tiraram a única gota que restava de seus seios para nutrir seus filhos, e o grito das crianças ecoou sobre os adolescentes e os jovens qual envolveu em geral toda a nação. A Pátria mãe contida no útero da mulher, não suportou tal descaso. Indignada, convocou seus exércitos de crianças, adolescentes, jovens adultos em geral, até os esquecidos, para que todos juntos unidos, num só coro, dizerem que basta, e falarem: "Não", a tudo que corrói e destrói a Instituição Família.
O sono do justo no recanto do guerreiro ou da guerreira é o local onde colhe seus louros, no silêncio da madrugada, pelo dever cumprido.

Salomão Paixão